Um minicurso que pretende discutir ou apresentar a Matemática de um ponto de vista sociológico. Pensar a matemática como prática social e, portanto, interessante e interessada. Uma prática que, orientada socialmente com seus valores e crenças, pode tornar invisíveis outras práticas e outros valores.
O minicurso busca oportunizar a reflexão sobre como os professores se posic¬ionam frente ao ensino das relações étnico-raciais em sala de aula e as implicações que suas escolhas relativas à presença ou omissão de conteúdos e metodologias que podem favorecer ou dificultar relações étnico-raciais saudáveis. A forma como os professores percebem as relações étnico-raciais incidem diretamente na adoção ou não de conteúdos e metodologias que aproximem os alunos negros e não negros dos saberes essenciais a uma formação pluriétnica e multicultural que extrapole e supere a realidade monocultural, colonizadora e hegemônica que ainda domina o fazer pedagógico das escolas brasileiras. Oferecer uma forma de compreensão desse cenário e instigar a reavaliar posturas e atitudes com vistas ao rompimento e superação do silêncio secular ou de seus ecos é uma das formas de combate ao racismo estrutural e secular, reconhecendo a importante participação dos negros e negras na formação do povo brasileiro, de sua história e sua cultura.
Através da preparação de um prato da culinária africana, a proposta do minicurso é pensar na força da colonização na construção de determinados hábitos alimentares, paladares e, a partir da (re)descoberta de outros aromas e sabores, (re)encontrar, no ato de cozinhar, culturas, laços, afetividades e res(ex)istência agroecológica.